
Roque Sponholz é arquiteto e urbanista formado na Universidade Federal do Paraná, e atualmente é professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde leciona planejamento urbano e desenho técnico. Já foi vereador, mas atualmente participa da Política sem mandato, como chargista dos que pegam no pé, com contundência e talento inquestionáveis.
Em sua opinião, o que é uma charge?
Charge sem crítica seja ela aos costumes, ao meio ambiente, ao esporte, ao cotidiano, aos governos, aos santos, diabos e tiranos, etc, não é charge; é piada de salão.

Qual a importância da imagem como linguagem para a transmissão da informação?
É fundamental. Dá para imaginar o que seria de um presidente de uma (ainda) república, que nada lê, sem a imagem gráfica, televisiva ou até mesmo “auditiva”? Pois, tal qual o presidente, o brasileiro tem preguiça de ler. Dezesseis milhões e um deles são analfabetos.
Para entender as charges, o público deve estar acompanhando as notícias sobre política ou, ao contrário, a imagem é que desperta o interesse para que o público procure informações sobre o assunto?
Ambos. Às vezes, a charge desperta o leitor para determinado assunto que poderia lhe passar despercebido. Por outro lado, naquelas em que o fato foi amplamente divulgado, a charge acaba sendo apenas um complemento.
Em alguma ocasião uma charge feita por você mudou o desfecho de algum fato político?
Infelizmente, desde os tempos de Daumier, isso nunca ocorreu com qualquer charge. Talvez alguma charge tenha ajudado a mudar alguma coisa, mas não foi somente ele o motivo para tal.

Motivos certamente eu dei, mas eu dos era amigo de todos os chargistas daquela época. Principalmente do mais crítico, mordaz e craque deles: Ireno José, já falecido. Tenho caricatura dele que guardo com carinho e honra, mas não charge.
A liberdade para criticar é maior na charge que no texto, em sua opinião?
Liberdade pressupõe igualdade. Portanto, é a mesma.
Se não fosse chargista, o que seria?
Como diria aquele ministro, estou chargista, não sou chargista. Sou arquiteto/urbanista, professor universitário de planejamento urbano, tentando com meus alunos entender por que este desgoverno prioriza e incentiva o transporte individual em detrimento do transporte coletivo, tornando nossas cidades desumanas, irrespiráveis, inseguras, enfim… Caóticas.
Desde a ditadura, fala-se que o Brasil é o país do futuro. Para o senhor, isso é verdade ou temos mais cara de passado?
Pelo andar da carruagem atrelada a pangarés que dão dois passos à frente e quatro para trás, o futuro fica cada vez mais com cara de passado.
Qual é a cor do Senado?
Marrom é a cor não só do Senado, mas também da Câmara e do Palácio do Planalto.
E de 2010?
2010 terá a cor da esperança de que nos próximos quatro anos se possa recuperar oito perdidos.
O Brasil está mais para rascunho ou arte final?
Está mais para garranchos. Está mais para o final da arte do que para a arte final.
Ping Pong
Lula: PresiMente
Dilma: Paranóia
FHC: Presidente
Serra: Pneumologista
Sarney: Nepote, vergonha, indignidade
Atos secretos: Ménage à trois, quatre, cinq…
Deputado do castelo: Rapunzel mineiro
2010: Fim do queijo, raspa tacho
Política: Ética
Cartunista referência: Lula, que pinta e borda com a cara dos brasileiros
Futebol: Óptica
Brasil: Um desvio de rota
0 comentários:
Postar um comentário