domingo, 28 de junho de 2009

O TRISTE FIM DE JOSÉ SARNEY


(Giulio Sanmartini) José Sarney teve seu primeiro cargo eletivo em 1955, deputado federal. Foi de tudo, várias vezes deputado, senador, 2 vezes governado do Maranhão, e presidente da República. Todavia sempre teve duas características, a subserviência e a mediocridade. Assim, durante mais de meio século foi navegando pelos mares agitados das capitais do país (Rio de Janeiro e Brasília) como um eterno “fiel” a quem está no poder.

Poderia ter se aposentado há tempos, mas o vício do poder o impediu. Agora se encontra numa situação insustentável, pois abusou dos “atos secretos”, fazendo nomeações de parentes e amigos no Senado, sem que eles trabalhassem na casa. As más notícias que se sucediam diariamente, a declaração de Sarney que faria uma limpeza moralizadora Casa, fez parecer que a crise tinha dado uma aliviada. Mera ilusão, pois surgiu uma reviravolta quando se soube que seu neto, filho do deputado Sarney Filho, é dono de empresa que atua no ramo do crédito consignado no Senado.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), uma das raras exceções em lisura e ética da Casa, que já havia pedido afastamento temporário do presidente de Sarney, criticou a postura de lideranças peemedebistas que defendem a permanência dele no cargo.

A desconfortável situação em que Sarney se colocou, valeu uma observação de Dora Kramer: “Não há como Sarney negar os empregos dos parentes, a existência da troca de favores, a cessão de benefícios a afilhados, a proteção de agregados, a inadequação de atitudes, o uso particular do bem público por entendimento equivocado do que seja permitido ao ocupante de um alto cargo na República.

Quanto tempo José Sarney ainda ficará formalmente na presidência do Senado não se sabe. Podem ser dias, semanas ou meses. Já não importa.”


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